Verificado: Projeto de lei no RN não destinava carne de cachorro para escolas

Apurado pelo site UOL Confere

Um projeto de lei aprovado pela Câmara de Apodi, no Rio Grande do Norte, não previa a destinação da carne de cachorro para escolas, como afirmam publicações nas redes sociais. A proposta citava a doação ou sacrifício desses animais, mas foi vetada pelo prefeito.

A checagem foi sugerida ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.

O autor da mentira ainda diz que metade da Câmara Municipal de Apodi é formada por vereadores filiados ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e apenas um é petista. Ele também chama o prefeito de Apodi, Alan Silveira (MDB), de bolsonarista.

Um homem aparece em um vídeo no TikTok, com uma foto de um prato com carne ao fundo, com a chamada: “dar carne de cachorro para criança é sacanagem”. “Foi aprovado pela Câmara de Vereadores que todos os animais que forem apreendidos e depois do oitavo dia não forem reclamados, eles serão abatidos e a carne será doada para creches e escolas, para as crianças comerem”, diz o autor da mentira.

Em outro vídeo, compartilhado no Instagram e no Facebook, um homem aparece com a bandeira do Brasil ao fundo com o texto: “BOLSOMINIONS DÃO CARNE DE CACHORRO”. “Bolsonominios que passaram de todos os limites. Da cidade de Apodi, no RN, aprovaram um projeto de lei. Cachorros que forem encontrados nas ruas da cidade, se nenhum dono aparecer em oito dias, esses cachorros serão mortos, assassinados, sacrificados, e a carne desses cachorros será distribuída para crianças da rede pública”.

O autor da mentira ainda diz que metade da Câmara Municipal de Apodi é formada por vereadores filiados ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e apenas um é petista. Ele também chama o prefeito de Apodi, Alan Silveira (MDB), de bolsonarista.

O projeto de lei, aprovado pela Câmara de Apodi no último dia 14, não previa destinação de carne de cachorro para instituições de ensino. A proposta tinha como objetivo combater a invasão de “animais brutos” na cidade, e em nenhum momento do texto há referência à suposta destinação da carne de animais domésticos para creches ou escolas (aqui).

O texto previa a retirada da zona urbana de animais de tutores desconhecidos. Caso houvesse reincidência, seria apreendido pelo Poder Público. Se o tutor fosse conhecido, o animal seria retirado da zona urbana e o proprietário notificado. Os animais poderiam ficar até oito dias apreendidos…

Veja a apuração completa no site UOL Confere