Verificado: Miriam Leitão não foi presa durante ditadura militar por assaltar banco

Apurado pelo site UOL Confere

Miriam Leitão, jornalista da TV Globo, não foi presa durante a ditadura militar sob acusação de assaltar bancos nem foi beneficiada pela Lei da Anistia, como afirmam posts compartilhados nas redes sociais.

De fato, ela foi presa em 1972, mas por fazer parte do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), considerado “subversivo” na época.

A publicação traz o seguinte texto: “Amélia foi anistiada pela Lei da Anistia. Acusada de assaltos a agências bancárias com revólver 38 na mão. Não devolveu o dinheiro e nem foi presa. Agora resolve dizer NÃO à anistia dos Patriotas que estavam com a Bíblia nas mãos. Amélia trabalha na Globo…”. A mensagem insinua que Miriam teria sido beneficiada pela Lei da Anistia e, agora, ela se posiciona contra o perdão aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Abaixo, há uma foto da ficha criminal de Miriam Leitão ao lado de uma imagem recente dela. Há ainda a inscrição “Codnome: Amélia”, em uma referência à jornalista.

Miriam Leitão foi presa por ser militante do PCdoB. O UOL Confere consultou documentos do projeto “Brasil: Nunca Mais” (aqui), que reúne informações sobre processos do STM (Superior Tribunal Militar) durante a ditadura. Em inquérito policial de 9 de abril de 1973, 28 pessoas foram presas no Espírito Santo, acusadas de “agrupamento prejudicial à segurança nacional e propaganda subversiva” (aqui). Miriam foi identificada como “14º denunciado” (aqui). Não há qualquer menção relacionando a jornalista a assaltos a banco.

Jornalista foi absolvida em 1974, antes da Lei da Anistia. Em sentença proferida em 5 de agosto de 1974 pela Justiça Militar do Rio de Janeiro, Miriam e mais 18 pessoas foram absolvidas das acusações (aqui). Ou seja: a decisão foi tomada cerca de cinco anos antes da Lei da Anistia, promulgada em agosto de 1979 (aqui)…

Veja a apuração completa no site UOL Confere