Verificado: Com desinformações antigas, educação ganha protagonismo no discurso de Lula

Apurado pelo site Aos Fatos

Em um semestre marcado pela greve dos servidores e professores das instituições de ensino federais, a educação se tornou um dos principais temas em falas públicas do presidente Lula (PT). Levantamento do Aos Fatos com base em discursos e entrevistas no período mostra que a educação foi o segundo assunto mais citado pelo petista, atrás apenas de economia.

Cerca de 20% das 776 declarações de Lula do primeiro semestre deste ano que continham informações verificáveis são relacionadas à educação. Para exaltar os feitos do governo e se blindar de críticas dos grevistas, o presidente usou alguns argumentos desinformativos. Desses, alguns são repetidos desde antes das eleições de 2022 (confira aqui a íntegra das checagens).

Os números mostram uma mudança no discurso do presidente em relação a posicionamentos adotados no primeiro ano de mandato. Em 2023, Aos Fatos mostrou que suas falas abordavam mais temas econômicos, questões ligadas à infraestrutura e críticas ao antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

A tentativa de exaltar políticas públicas de educação também vem na esteira das avaliações positivas sobre a atuação do governo na área. De acordo com levantamento do Ipec publicado no final de abril, 38% da população considera ótima ou boa a gestão de Lula na educação. O indicador é o único em que a proporção de avaliações positivas é superior à de regulares e de negativas.

Levantamento da Folha de S.Paulo também mostrou que oito entre dez indicadores educacionais avançaram no ano passado, incluindo a retomada orçamentária e o aumento no número de matrículas. Os dois índices que não cresceram estão ligados ao ensino superior: houve queda nas vagas do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e uma estabilidade no acesso ao Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).

Procurada pelo Aos Fatos para comentar a atuação do governo no setor, o Todos Pela Educação disse que a nova gestão representa uma mudança em relação à anterior, mas que o MEC, sob Camilo Santana, precisa agilizar suas ações: “Acertou nas principais prioridades, lançou algumas políticas com formulação muito consistente, como o Compromisso Nacional pela Alfabetização, mas andou em ritmo muito lento, tem tido dificuldades na implementação e ainda não aprofundou pra valer em algumas questões centrais, como a agenda de políticas docentes”…

Veja a apuração completa no site Aos Fatos