Verificado: Cestas básicas em Bagé: entenda caso que gerou troca de acusações entre vereadores e prefeitura

Apurado pelo site Estadão Verifica

Município tem até janeiro para entregar alimentos comprados em julho com verba federal para vítimas da estiagem; até agora, menos da metade das cestas foi distribuída para a população
Viralizou nas redes sociais um vídeo em que vereadores do PT e do PSB de Bagé, no Rio Grande do Sul, filmam o que seria um estoque de quase 9 mil cestas básicas que ainda não foram distribuídas à população. A cidade enfrentou duas situações de emergência este ano, por causa de um período de estiagem e de fortes chuvas de granizo. O vídeo foi compartilhado por vários usuários em postagens com enunciados que afirmam que os alimentos estão estocados “há meses” após terem sido “enviados no início do ano pelo presidente Lula”. Alguns posts destacam que o prefeito, Divaldo Lara (PTB), é bolsonarista.

Mas não é bem assim. De fato, até o dia 31 de outubro, dia em que foi gravado o vídeo, nem metade do total de 10.800 cestas básicas havia sido distribuída pelo município. No entanto, os recursos para a aquisição dos produtos só foram repassados pelo governo federal em 18 de julho, e não no início do ano, como mostra a linha do tempo elaborada pelo Estadão Verifica com base na apuração dos fatos (veja abaixo). A situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal em 13 de março.

Outro ponto que necessita de contexto é em relação ao prazo para a distribuição das cestas básicas. Houve sim atraso nas entregas, mas o prazo final para a conclusão, conforme estabelecido pelo governo federal, é 3 de janeiro de 2024. A prefeitura justifica a demora devido à mobilização dos agentes da Defesa Civil municipal para atender a população em dois novos desastres: duas chuvas de granizo, nos dias 25 de agosto e 23 de setembro, que resultaram em outras duas portarias com reconhecimento de situação de emergência pelo governo federal…

Veja a apuração completa no site Estadão Verifica