Andrew Huff, militar que se tornou especialista em doenças emergentes, diz que o Covid-19 foi criado na China. Mas ele não traz nenhuma prova e multiplica as aproximações.
Apurado pelo site Le Monde 🇫🇷
Os conspiradores veem isso como prova da origem artificial do vírus responsável pela Covid-19. Desde sábado, 3 de dezembro, muitos meios de comunicação e influenciadores ditos “alternativos” argumentam que o livro de Andrew Huff, que se apresenta como tendo trabalhado no Instituto de Virologia de Wuhan, prova que esse vírus não surgiu naturalmente.
A fonte deles? Um artigo do tablóide conservador New York Post tinha como título: “Cientista que trabalhou no laboratório de Wuhan diz que Covid é um vírus produzido pelo homem”. Uma afirmação retomada na mídia francófona anti-sistema.
A questão da origem exata do SARS-CoV-2 permanece sem solução, e o debate é animado entre os defensores de uma passagem natural de animais para humanos e os defensores da intervenção humana. Mas uma coisa é certa: este testemunho não permite decidir. Explicações.
Este cientista, empresário e veterano do Exército dos EUA, de 39 anos, tem um perfil atípico. Por um lado, ele promove muitas teorias da conspiração, típicas do eleitorado trumpista – dos rumores antivax ao mito da eleição roubada de 2020. Suspeito de ter desempenhado um papel central no surgimento do SARS-CoV-2, a ONG de Nova York Aliança EcoSaúde.
Sua jornada é igualmente original. Ex-soldado que sofre de síndromes pós-traumáticas, imagina-se a tornar-se psicólogo, antes de se converter às questões de segurança interna e aos estudos de saúde pública. Ele foi contratado em 2014 pela EcoHealth Alliance como cientista responsável pelo banco de dados de vírus. Um ano depois, foi promovido a vice-diretor encarregado de inovações tecnológicas…