Apurado pelo site Deutsche Welle 🇩🇪
Desde o movimento de protesto de Maidan na Ucrânia e a anexação da Crimeia em 2014, a Rússia tentou influenciar a opinião pública com campanhas de desinformação direcionadas. Embora seja difícil quantificar a extensão desses esforços, tanto no país quanto no exterior, desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia há quase um ano, especialistas dizem à DW que sua intensidade e alcance aumentaram.
Uma narrativa, iniciada antes mesmo da guerra, tem sido particularmente persistente: que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – a aliança militar europeia e norte-americana de 30 membros estabelecida após a Segunda Guerra Mundial – não está apenas ameaçando a Rússia, mas pode até desejar para invadi-lo.
Muito antes da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, especialistas disseram que a Rússia espalhou essas histórias para justificar a guerra.
“Eu diria que provavelmente poderíamos começar isso [as falsas alegações] a partir da revolução de Maidan em 2014. Desde então, os russos afirmam que o Ocidente está se intrometendo na Ucrânia”, disse Roman Osadchuk, pesquisador associado do Atlantic Council, um think tank de assuntos internacionais com sede nos Estados Unidos.
Em muitas narrativas russas, causa e efeito são invertidos, disse Lutz Güllner, chefe de comunicações estratégicas do serviço diplomático da UE, o Serviço Europeu de Ação Externa. “Trata-se sempre de retratar o quanto a Rússia está realmente ameaçada, está sob cerco, é ameaçada pela Ucrânia e, portanto, deve se defender, tornando a guerra nada mais do que dissuasão.”..