Apurado pelo site Observador 🇵🇹
Uma publicação num grupo da rede social Facebook “recorda” o aumento salarial de 500 escudos geral que Marcello Caetano, o último líder do Estado Novo. É falso.
Uma publicação num grupo da rede social Facebook “recorda” o aumento salarial de 500 escudos geral que Marcello Caetano, o último líder do Estado Novo. É falso.
A partilha refere o ano de 1973. O autor afirma que foi nesse ano que o governo de Marcello Caetano — o último antes do 25 de Abril — aumentou o salário em 500 escudos, de igual forma para todos. Concluindo a publicação com uma nota de ironia: “Agora é tudo à percentagem!” Porém, o conteúdo do post é falso.
O governo de Marcello Caetano implementou, de facto, o aumento de vencimentos através do decreto-lei 76/73, de 1 de Março. Mas não de forma transversal nem em numerário fixo, ao contrário do que diz a partilha que estamos a analisar.
Segundo o documento promulgado pelo ex-Presidente da República Américo Tomás, foi imposto um aumento de 15%, com o mínimo de 500 escudos mensais, para “salários pagos mensal ou quinzenalmente para trabalhadores servidores do Estado, civis ou militares, na efetividade de serviço”. Ou seja, o aumento indicado na publicação foi na realidade percentual, não podendo ser inferior a 500 escudos, e não era “para todos”. O decreto deixava de fora todos os que não trabalhassem em cargos públicos ou prestassem serviços ao Estado. E mesmo neste último caso, nem todos tiveram direito ao aumento referido. Duas alíneas mais abaixo o documento também esclarece: “Não se considera servidor do Estado o pessoal que presta serviço de ocasião, sendo para o efeito recrutado sem qualquer expectativa de continuidade.”..
Veja a apuração completa no site Observador 🇵🇹