FALSO: Hospital da USP não realiza cirurgia de mudança de sexo em crianças de 4 anos

Regulado por autoridades, procedimento é permitido apenas para pessoas a partir dos 18 anos. Boato distorce trabalho realizado no Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual, que acompanha crianças que mostram sinais de incongruência de gênero.

Apurado pelo site Lupa

Circula pelas redes sociais que o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) estaria realizando “cirurgias de transição de gênero” em crianças a partir de 4 anos. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​:

HC da USP está fazendo cirurgias para mudança de gênero em crianças a partir de 4 anos”

A informação analisada pela Lupa é falsa. O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) não está realizando cirurgias de redesignação sexual em crianças a partir de 4 anos. A assessoria de imprensa da unidade de saúde explica que esse procedimento só pode ocorrer após os 18 anos. Na realidade, o boato distorce um outro trabalho realizado pelo hospital. Em 2010, a instituição de saúde criou o Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos), com o objetivo de acompanhar pessoas que apresentem incongruência de gênero ou não conformidade de gênero. Inicialmente, segundo a assessoria de imprensa, o local atendia apenas adultos, mas, desde 2015, só crianças e adolescentes são atendidos. Apenas algumas pessoas das primeiras turmas continuam a ser acompanhadas. O grupo é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, psicólogos, pediatras e endocrinologistas.“A criança é acompanhada. A gente não faz intervenção hormonal nem cirúrgica nenhuma em criança, até o início da puberdade. No início da puberdade, para ganhar um tempo, para não acontecer as mudanças corporais específicas de cada aspecto nessa faixa etária, a gente faz o bloqueio da puberdade, ou seja, essa criança, esse pré-púbere, não vai desenvolver caracteres sexuais secundários do seu sexo biológico. Com isso, a gente ganha um tempo a mais de acompanhamento desse adolescente e aí tem a certeza diagnóstica para aos 16 anos entrar com o hormônio específico relacionado com a sua identidade de gênero”, explicou o coordenador do ambulatório, Alexandre Saadeh, em entrevista para o jornal USP em 2019. 

Procedimentos..

Veja a apuração completa no site Lupa