Falso: Fala de Delgatti à CPMI não confirma que urnas eletrônicas podem ter sido adulteradas

Apurado pelo site Aos Fatos

Diferentemente do que sugeriu o hacker Walter Delgatti à CPMI do 8 de janeiro na última quinta-feira (17), servidores do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não podem modificar o código-fonte das urnas eletrônicas para alterar os votos. O trecho da fala de Delgatti que tem sido compartilhado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes omite que há diversas camadas de segurança que dificultariam essa adulteração, como os testes de integridade e a fiscalização por órgãos independentes.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam ao menos 20 mil compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (18). A peça de desinformação também circula no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).

Publicações nas redes têm compartilhado um trecho do depoimento de Walter Delgatti para sugerir que ele teria alegado que as urnas podem ter sido adulteradas pelo TSE. As peças recortam um trecho da resposta do hacker ao senador e presidente da comissão, Arthur Oliveira (União-BA), que o questionou sobre a possibilidade de fraudar o código-fonte dos equipamentos. Delgatti respondeu que a fraude seria possível caso o servidor responsável pelo código-fonte no TSE fosse mal intencionado. Mecanismos de segurança do processo de votação, no entanto, impedem a fraude citada pelo hacker.

No trecho destacado nas publicações, Delgatti afirma que, no momento da produção do código-fonte, seria possível que um servidor adicionasse um algoritmo que modificasse os votos em determinadas cidades por meio de inteligência artificial. Essa suposição, no entanto, ignora as várias camadas de segurança que garantem a integridade dos equipamentos de votação:..

Veja a apuração completa no site Aos Fatos