Apurado pelo site Aos Fatos
Diferentemente do que alegam posts nas redes, o governo federal não assinou acordos para vender café exclusivamente para a China. As peças enganosas fazem alusão a um acordo anunciado entre a ApexBrasil, o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e a rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee, que amplia a quantidade exportada dos grãos, mas não prevê qualquer exclusividade de compra por parte de empresas da China.
As publicações com o conteúdo enganoso acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta quarta-feira (27).
Posts nas redes sociais mentem ao afirmar que o governo brasileiro assinou um acordo que prevê a venda exclusiva de grãos de café para a China — o que não ocorreu. As peças de desinformação também erram o número de acordos fechados entre o Brasil e a China durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao país no dia 20 de novembro. E enganam ao fazer crer que o teor deles não foi publicizado.
Durante a visita de Xi Jinping foram assinados 37 acordos bilaterais entre o Brasil e a China, não apenas 32, como é mencionado pelas peças enganosas. Todos os documentos estão disponíveis no site do Ministério das Relações Exteriores. Não foi fechado qualquer acordo referente ao café brasileiro.
Um dia antes da chegada do presidente chinês ao Brasil, o governo federal anunciou um acordo com a rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee. Em parceria com o MDIC, a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção das Exportações e atração de Investimentos) articulou a compra de 240 mil toneladas do grão de café brasileiro entre 2025 e 2029 a um valor estimado de US$ 2,5 bilhões.
Em nota, a ApexBrasil informou ao Aos Fatos que não foi incluída qualquer cláusula de exclusividade para venda de café para a China. O Brasil é responsável por cerca de 50% do café produzido no mundo e exporta para mais de 150 países…
Veja a apuração completa no site Aos Fatos