Por mais de um ano, mensagens que circularam nas redes sociais espalharam a falsa ideia de que as urnas eletrônicas não eram seguras e de que a Constituição, por meio de seu artigo 142, autorizaria uma intervenção militar em casos excepcionais para restabelecer a ordem
Apurado pelo site Correio Braziliense
O policial legislativo Adilson Paz passou três horas em confronto direto com os invasores que depredaram o Congresso brasileiro no dia 8 de janeiro de 2023.
Viu a quebra da barreira de contenção às 14h42, a multidão de verde amarelo descendo pelo gramado até a rampa do Congresso, onde estava inicialmente posicionado, e a tentativa de tomada do Plenário da Câmara a partir do Salão Verde da casa, onde passou boa parte da tarde daquele dia.
Entre as cenas que ele guarda na cabeça, uma em particular chama atenção. No momento em que entra no salão da Câmara, o policial vê gente ajoelhada, rezando, e, à medida que caminha, escuta, entre os grupos que estão quebrando vidraças, obras de arte e tentando colocar fogo no carpete, gente dizendo que em pouco tempo o Exército viria lhes dar retaguarda.
“Na cabeça deles, a partir do momento em que invadissem os Três Poderes, as Forças Armadas dariam todo o suporte para que fosse decretado um golpe militar ou algo do tipo”, disse à reportagem Paz, que é o diretor da Coordenação de Segurança Orgânica do Departamento de Polícia Legislativa, algumas semanas depois dos ataques…