A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) está discutindo com o MST a implantação de um curso de Medicina para assentados do movimento.
Segundo o MST, a antiga demanda tem a intenção de formar médicos para trabalhar nos municípios mais distantes, espalhados pelos rincões do Brasil e atender as comunidades pelo SUS.
Sem vestibular?
As vagas seriam destinadas a estudantes que ingressaram na universidade pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que atua na promoção da educação para os trabalhadores e trabalhadoras do campo.
As turmas do Pronera contam com processo de seleção à parte e não reduzem as demais vagas oferecidas pela universidade.
Não é novidade:
Curso para assentados e filhos de assentados da reforma agrária já existem na UFPel. Através de convênio, a universidade gaúcha já formou 139 profissionais de Medicina Veterinária e tem mais duas turmas em andamento.
O que é o MST?
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento social brasileiro que busca promover a reforma agrária e lutar pela justiça social no campo. O MST foi fundado em 1984 e se tornou uma das principais organizações de luta pela terra no país.
O principal objetivo do MST é enfrentar a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários rurais e promover a distribuição de terras para trabalhadores rurais sem terra. O movimento acredita que a terra deve cumprir sua função social, ou seja, ser utilizada para a produção de alimentos e para garantir o sustento das famílias.
Para alcançar seus objetivos, o MST realiza ocupações de terras consideradas improdutivas, pressionando o governo para que as áreas sejam desapropriadas e destinadas à reforma agrária. Essas ocupações geralmente envolvem famílias sem terra que se instalam nas áreas reivindicadas, estabelecendo acampamentos e desenvolvendo atividades produtivas.
Além da luta pela terra, o MST também se envolve em outras questões sociais e políticas, como a defesa dos direitos dos trabalhadores rurais, a promoção da educação no campo e a busca por melhores condições de vida para as famílias assentadas.
O movimento enfrenta desafios e controvérsias, pois sua atuação muitas vezes entra em conflito com grandes proprietários de terra e interesses econômicos poderosos. O MST tem sido criticado por suas ocupações de terras e por ser considerado um movimento radical por alguns setores da sociedade.
Apesar das críticas, o MST conseguiu avanços significativos ao longo dos anos, contribuindo para a criação de centenas de assentamentos rurais e promovendo a organização e conscientização dos trabalhadores rurais. O movimento continua ativo no Brasil, buscando enfrentar as desigualdades no campo e promover uma reforma agrária mais justa.