Apurado pelo site Observador 🇵🇹
Publicação viral alega que utilizar o telemóvel sem luz natural e com as luzes apagadas está a associado ao cancro nos olhos. É falso.
Fact Check. Utilizar o telemóvel sem luz natural e com as luzes apagadas está a associado ao cancro nos olhos?
Publicação viral alega que utilizar o telemóvel sem luz natural e com as luzes apagadas está a associado ao cancro nos olhos. É falso.
“Quando as luzes estão apagadas à noite, não se pode usar o telemóvel. Brilho directo por mais de trinta minutos causa degeneração macular irreversível no olho, o que leva à rápida deteriorização da visão. Adquirir maculopatia, cancro nos olhos, significa perder a visão.” [sic] Esta alarmante — ainda que com erros de grafia — publicação de Facebook tornou-se viral nos últimos dias. Esta não é a primeira vez que surge um texto nas redes sociais sobre assuntos ligados à área da saúde, mas o conteúdo está errado.
É importante começar por dizer que o autor não refere qualquer link, artigo ou reportagem, ou mesmo um estudo científico, que sustente a veracidade dos factos que ali apresenta. Depois, esta publicação e outras semelhantes já foram desmentidas várias vezes por diferentes fact-checkers internacionais.
O primeiro erro cometido pelo autor é dizer que a macupolatia significa cancro ocular. Trata-se, na verdade, de uma lesão macular que existe na retina, onde grande parte da visão se forma. A mácula pode ser afetada por várias doenças, degenerativas ou físicas. Existem também lesões vasculares, causadas pela doença de diabetes, ou mesmo lesões traumáticas, sendo a mais comum a causada pela exposição ao sol. Nuno Filipe Alves, oftalmologista da CUF Descobertas, começou por explicar ao Observador isto mesmo: macupolatia não significa cancro dos olhos.
Depois, olhemos para a correlação entre a exposição ao ecrã de um computador ou de um tablet e a probabilidade de essa exposição poder vir gerar o desenvolvimento de um tumor. “As radiações emitidas pelos dispositivos como computadores, telemóveis ou Ipads, não têm um potencial lesivo nas nossas células dos fotoreceptores, responsáveis por transformar a luz que recebemos em informação para o córtex central. Não lesionam, por isso, a mácula”, explica, contrariando o que é partilhado pela publicação original…