Vídeos enganam ao sugerir que Lula e Dilma furtaram itens do Palácio do Planalto

Ao arquivar auditoria, TCU afirmou que houve intepretação equivocada por parte de ex-presidentes, que levaram consigo presentes recebidos em cerimônias oficiais; crucifixo apontado como peça furtada era, na verdade, do petista

Apurado pelo site Estadão Verifica

Um dia após golpistas invadirem as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), depredarem as dependências e levarem objetos que integram os acervos, postagens enganosas tentam imputar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o furto de itens do Palácio do Planalto no fim de seus dois primeiros mandatos (2003-2010). As postagens já tinham começado a viralizar nas redes após a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, denunciar o mau estado de conservação do Palácio do Alvorada ao final do governo de Jair Bolsonaro (PL), e ganharam mais impulso depois das cenas de destruição promovidas em Brasília no último domingo, 8, por grupos bolsonaristas.

Entre os itens alegadamente furtados por Lula está um crucifixo de 1,5 metro esculpido em madeira que, na verdade, pertence a ele mesmo: foi um presente pessoal recebido em janeiro de 2003, pouco depois de iniciar o primeiro mandato. Também são citados nos vídeos outros objetos encontrados durante a 24ª fase da Operação Lava Jato, em março de 2016. Dentro de um cofre de uma agência do Banco do Brasil da Rua Líbero Badaró, em São Paulo, havia 23 caixas com joias, medalhas, canetas, condecorações e objetos de decoração recebidos por Lula durante seus dois primeiros mandatos.

Segundo documento do Tribunal de Contas da União (TCU), contudo, a própria Lava Jato concluiu que os bens que estavam no cofre eram de “caráter personalíssimo ou de consumo” e, por isso, não eram parte do acervo da Presidência, conforme determina o Decreto 4.344/2002, que trata do assunto. Essa informação não aparece nos posts virais…

Veja a apuração completa no site Estadão Verifica