Repórter fotográfico da Reuters aparece em imagens de câmera de segurança registrando depredação e cercado por golpistas
Apurado pelo site Estadão Verifica
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vêm promovendo mais uma campanha de desinformação sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Desta vez, o alvo é o repórter fotográfico Adriano Machado, da agência de notícias Reuters. Além de tentar culpar o atual governo por atos causados por apoiadores do ex-presidente, os bolsonaristas agora tentam criar uma narrativa de que havia profissionais da imprensa dentro do Palácio do Planalto antes do início das depredações e que eles estariam mancomunados com supostos infiltrados.
A campanha contra Adriano Machado começou após a divulgação de um vídeo em que o profissional aparece logo atrás de um grupo de pessoas que arromba uma porta de vidro na antessala do gabinete da Presidência da República – ele registra a imagem. Diversas postagens virais nas redes sociais logo tentaram associar o repórter fotográfico diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à Rede Globo, alegando que Machado estaria infiltrado e até teria liderado o grupo a fim de registrar as imagens e incriminar bolsonaristas.
As supostas “provas” disso seriam o fato de Machado ter publicado fotos de Lula em sua página do Facebook; outro indício de que ele seria um “infiltrado” é a publicação no portal G1, do Grupo Globo, de imagens dos ataques do dia 8 feitas pelo fotojornalista. As alegações são totalmente desprovidas de contato com a realidade: Machado é um repórter fotográfico profissional e, assim como outros colegas, foi ao local após a invasão para registrar os acontecimentos pela Reuters, uma agência internacional que fornece material jornalístico a outros veículos de comunicação…