Vídeo no Facebook distorce descoberta de micro-organismos que estavam congelados há 48,5 mil anos na Sibéria
Apurado pelo site Estadão Verifica
Não é verdade que cientistas tenham descoberto um vírus que transforma pessoas em “zumbis” e que, em consequência, países como Estados Unidos e China já estariam se preparando para uma nova pandemia. Postagens nas redes sociais distorcem um estudo de co-autoria do pesquisador francês Jean-Michel Claverie, da Universidade Aix-Marseille, na França, sobre os chamados “vírus zumbis” – micro-organismos que estavam congelados há milhares de anos na Sibéria que, com o degelo do permafrost, foram redescobertos.
Um vídeo no Facebook afirma que uma vidente previu a existência de um vírus zumbi, que causaria uma pandemia ainda este ano. O autor ilustra a peça com vídeos e imagens de zumbis e diz que “estamos prestes a viver um apocalipse”. Como argumento, ele expõe um estudo realizado por uma equipe de cientistas e alega que os Estados Unidos e a China já estariam se preparando para o suposto cenário apocalíptico.
A descoberta de vírus que passaram 48.500 anos congelados é verdadeira, mas é tirada de contexto no vídeo. O estudo em questão foi publicado na revista científica Viruses e destaca os riscos das mudanças climáticas, que podem reviver vírus que permaneceram dormentes e congelados no permafrost desde os tempos pré-históricos. Portanto, os vírus citados pelo responsável pelo vídeo não são causadores de uma espécie de “apocalipse zumbi”, e sim patógenos que estavam presos no solo há muitos anos…