PCP e BE estiveram nas manifestações de professores, mesmo durante a geringonça, ou foram “calados” por António Costa? Ajudaram o governo a não recuperar o tempo de carreira?
Apurado pelo site Observador 🇵🇹
Fact Check. PCP e BE “estiveram calados” sobre manifestações de professores durante a geringonça?
PCP e BE estiveram nas manifestações de professores, mesmo durante a geringonça, ou foram “calados” por António Costa? Ajudaram o governo a não recuperar o tempo de carreira?
O braço de ferro dos professores com o governo não mostra sinais de acabar. Desde novembro, os docentes têm-se desdobrado em greves, marchas e manifestações organizadas por diferentes estruturas sindicais. Foram até decretados serviços mínimos.
Mais recentemente, em janeiro e em fevereiro, manifestações organizadas quer pelo STOP quer por outras estruturas sindicais, como a Fenprof, reuniram centenas de milhares de pessoas em Lisboa. Ambas as estruturas sindicais reclamavam uma adesão “histórica”, ou até a “maior manifestação de professores de sempre”. É seguro dizer que as greves de professores têm marcado a atualidade nacional, e as redes sociais não são exceção.
Uma publicação mostra duas imagens lado a lado, uma de Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, e outra de Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, ambos em plena manifestação de professores em Lisboa, em declarações aos jornalistas. A conclusão que o autor tira destas imagens é a seguinte: “Durante cinco anos fizeram parte da geringonça socialista e andaram calados” e apenas agora, depois de “ter aparecido o STOP, já aparecem nas manifestações dos professores contra o amigo PS”. As críticas do autor são perentórias, chegando a pedir Paulo Raimundo e a Catarina Martins que “tenham vergonha“.
Vamos por partes. A palavra geringonça ganhou maior expressividade no dicionário político nacional em 2015, quando António Costa formou governo do Partido Socialista com apoio parlamentar dos partidos à esquerda — o Bloco de Esquerda, o PCP e os Verdes. A “geringonça” governou até 2019. Desde então, à esquerda, apenas o PCP mudou de líder e hoje Paulo Raimundo substituiu Jerónimo de Sousa enquanto secretário-geral dos comunistas (o Bloco de Esquerda vai a eleições internas no final de maio e Catarina Martins já anunciou que não estará disponível para ir a votos)…