Falso: Casos de síndrome respiratória subiram, mas Brasil não vive surto de covid

Apurado pelo site UOL Confere

O Ministério da Saúde informou que embora a covid-19 contribua para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que apresentaram aumento recente no Brasil segundo boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os dados não indicam um aumento anormal nem caracterizam um surto da doença.

Conteúdo investigado: Vídeo em que uma jornalista aparece falando que mais da metade dos estados brasileiros está em nível de alerta para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Na imagem também aparece um print de uma pesquisa do Google que aponta ligação da SRAG com o coronavírus e as seguintes frases: “O país está num surto de COVID e o governo se nega a informar a população” e “negacionismo é esconder a realidade”. Após a fala da jornalista, um homem aparece comentando que “dessa vez não tem hospital de campanha, não tem tenda emergencial, não tem campanha de picadinha, não tem a imprensa falando nada”.

Onde foi publicado: TikTok.

Conclusão do Comprova: Mesmo com o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre a população de crianças até 2 anos, jovens, adultos e idosos – como revelam dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) -, é enganoso afirmar que o Brasil enfrenta um surto de covid-19. O Ministério da Saúde esclareceu que embora a doença esteja contribuindo de forma relevante para os casos e óbitos de SRAG, os dados não indicam um aumento anormal nem caracterizam um surto.

O vídeo usado no post viralizado no TikTok é do programa jornalístico SBT News e foi retirado de uma reportagem que foi ao ar em 3 de maio de 2025. A reportagem fala do aumento de casos de SRAG em todo o Brasil e cita o InfoGripe, boletim semanal da Fiocruz. Na ocasião, o documento apontou que mais da metade dos estados brasileiros estão em alerta para casos de SRAG. Um dos exemplos usados para ilustrar a situação é o de um menino que teve pneumonia bacteriana grave, e não covid-19. A reportagem deixa claro que a SRAG pode surgir de uma gripe e/ou caso de covid-19, mas também pode ter origem bacteriana ou fúngica.

Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e infectologista do Hospital Giselda Trigueiro, localizado em Natal e referência no tratamento de doenças infectocontagiosas no Rio Grande do Norte, Igor Thiago Queiroz explica que os vírus que atacam o sistema respiratório circulam ao longo do ano, sendo que alguns estão mais presentes em alguns meses, fazendo com que aumento de casos sejam esperados nesses períodos. O vírus influenza, que transmite a gripe, por exemplo, costuma circular mais no meio do ano, durante o inverno. “A covid-19 tem se comportado, até então, mais como uma doença de verão, com os casos aumentando no final e no início do ano”, aponta…

Veja a apuração completa no site UOL Confere