Mensagem do WhatsApp sugere que os advogados de defesa do homem que destruiu o relógio do século 17 no Planalto são os mesmos que defendem Adélio Bispo. É falso. A defesa de Bispo é feita pela Defensoria Pública da União. Os quatro criminalistas que atuaram no caso de Bispo entre 2018 e 2019 negaram que tenham sido contratados pelo vândalo.
Apurado pelo site Lupa
Circula no WhatsApp que os advogados de defesa do homem responsável por quebrar o relógio do século 17 no Palácio do Planalto durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília, são os mesmos que defendem Adélio Bispo. Preso desde 2018, Bispo esfaqueou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2018. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação:
Adivinha quem são os advogados do santinho que quebrou o relógio, no Planalto: os mesmos do Adélio
A informação analisada pela Lupa é falsa. Desde junho de 2019, a Defensoria Pública da União (DPU) — e não um grupo de advogados — é responsável pela defesa de Adélio Bispo. Antes disso, o autor da facada em Bolsonaro era defendido por uma equipe de criminalistas de Minas Gerais. Nenhum deles foi contratado por Antônio Cláudio Alves Ferreira, mecânico flagrado destruindo o relógio de pêndulo Balthazar Martinot, do século 17, no Palácio Planalto em 8 de janeiro. O item tinha sido um presente da Corte Francesa para dom João VI e foi trazido ao Brasil em 1808.
Em nota, a DPU informou que participou da audiência de custódia de Ferreira e de outras pessoas detidas nos atos golpistas de 8 de janeiro. Também explicou que a assistência jurídica de pessoas sem condições financeiras ou sem advogado constituído é uma função institucional do órgão. A Defensoria destacou ainda que “o defensor que presta assistência ao senhor Adélio não participou da força-tarefa que cuidou dessas audiências”…