Apurado pelo site Aos Fatos
Não é verdade que o suposto compilado de comunicações internas do Twitter, conhecido como Twitter Files, mostra que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ameaçou o representante legal da empresa para obter informações privadas de usuários.
A alegação distorce o conteúdo de um suposto email interno em que o então advogado da plataforma, Rafael Batista, fazia referência a um pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo em meio a uma investigação sobre crime organizado. Não há qualquer referência a Moraes.
Disseminada nas redes pelo jornalista e ativista conservador americano Michael Shellenberger, um dos responsáveis pelo Twitter Files, a alegação falsa acumula mais de 4 milhões de visualizações no X (ex-Twitter) nesta quinta-feira (11). Dois dias depois de postar a publicação enganosa, Shellenberger voltou atrás e disse não ter provas “de que Moraes tenha ameaçado processar criminalmente o advogado brasileiro do Twitter”. Na verdade, os conteúdos do Twitter Files não têm prova de autenticidade.
A acusação mencionada nos posts desinformativos diz respeito a uma suposta troca de emails de ex-funcionários do Twitter feita em janeiro de 2021. Nela (veja abaixo), o advogado que representava a plataforma no Brasil naquele momento, Rafael Batista, afirma que foi alvo de investigação policial por ter se negado a entregar informações privadas de usuários da plataforma. Diferentemente do que afirma a publicação de Shellenberger, no entanto, isso nada tem a ver com o STF ou com o ministro Alexandre de Moraes.
Conforme o próprio email explica (veja abaixo), Batista afirma que recebeu pedidos do Ministério Público de São Paulo sobre a usuária “@pqcarolzinha_”, que, segundo o órgão, seria “supostamente associada ao crime organizado”. A plataforma negou o pedido por entender que só poderia entregar essas informações por meio de ordem judicial…
Veja a apuração completa no site Aos Fatos