Apurado pelo site Aos Fatos
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), enganou ao afirmar em entrevista coletiva na terça-feira (8) que estudos científicos confrontam a posição do IPCC, painel climático da ONU, de que o mundo deve parar de investir em novos poços de petróleo para atingir a meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 ºC. A declaração foi em resposta a um discurso do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que criticou na Cúpula da Amazônia governos de esquerda que contrariam consensos científicos para continuar investindo em combustíveis fósseis.
Questionado por jornalistas sobre a origem do dado que contrariava o IPCC, formado por pesquisadores de diversos países e que é considerado a principal autoridade climática global, o ministro citou a IEA (Agência Internacional de Energia, em português). Em relatório divulgado no ano passado, no entanto, o órgão também apontou a necessidade de substituir combustíveis fósseis por fontes limpas e renováveis, como as energias solar e eólica.
Não é verdade que estudos científicos contrariam o posicionamento do IPCC de que países devem abandonar novos investimentos em petróleo para impedir o avanço das mudanças climáticas. Fonte citada pelo ministro Alexandre Silveira como a responsável por se contrapor ao painel intergovernamental da ONU, a IEA também defende a transição para fontes limpas e renováveis como maneira de garantir o cumprimento da meta climática.
Na versão de 2022 do World Energy Outlook, a IEA — que é vinculada à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) — afirma que “aumentar o investimento em energia limpa, em vez de novos suprimentos de combustível fóssil de longo prazo, fornece uma solução mais duradoura para a crise de energia atual, ao mesmo tempo em que reduz as emissões”.
O posicionamento da agência é similar ao adotado pelo IPCC na versão de 2023 do relatório sobre mudanças climáticas…
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